No fim de 2014, sentia que 2015 ia ser um dos melhores anos. Não sei porque, mas sentia-o. No início desconfiei, no meio cai e no fim desiludi-me. 2015 sem pensar muito não foi de certeza um dos anos melhores anos da minha vida. Foi um dos piores.
Vamos lá fazer um flashback...
Logo no início de janeiro, lá para o início da terceira semana, as minhas duas melhores amigas, já não queriam ser mais minhas melhores amigas. Fomos best friends, durante mais de um ano e vi o meu mundo a desabar. Comecei a andar com uma colega e um colega e depois de algum tempo, éramos como melhores amigos. Com aquela mudança toda, já não era tão tímida, envergonhada, soltei-me mais. Já não era a rapariga que estava sempre triste. Não deixava que as coisas más me estragassem o dia e estava orgulhosa de mim por finalmente ser assim. Com a chegada dos melhores amigos novos, "meti-me na má vida". Comecei a abaixar as notas, comecei a deixar a tesoura de parte e comecei-me a cortar com uma lamina. Aí cortava-me à seria. Eram cortes todos os dias, era sangue, eram lágrimas. Já mais no fim do ano lectivo de 2014/2015, tinha deixado de me sentir bem com os meus melhores amigos. Eles falavam muito entre si e sentia-me de parte. Já não aguentava aquilo. A minha melhor amiga, nem sempre fui a companhia que queria ter por perto e foi-lhes sincera numa sexta-feira qualquer. E aí estava perdida e sem estar à espera, um colega da minha turma (de que já vos falei) ajudou-me. Ajudou-me a sair do poço onde eu própria me tinha enfiado. Ele passava os intervalos comigo. Quando eu estava mal, ele perguntava-me o que se passava. Íamos até um ponto juntos para casa. Eu me ria bastante com ele. Ele era a pessoa que eu não queria me afastar, mas ele acabou por se afastar, porque uma das minhas melhores amigas que no início do ano, deixou de o ser, voltou para o meu pé. Não éramos melhores amigas, mas ela voltou a andar comigo e dava-mo-nos bem e assim continuamos.
Também lá para meio de fevereiro, fiz um amigo. Um amigo que durante esse ano lectivo, foi a melhor coisa que me tinha acontecido a meio de tanta confusão, desespero, aflição, tudo. Ele tratava bem os meus amigos. Ele fazia-me feliz. Ele tinha namorada e é mais velho, mas ele sempre me tratou como uma amiga de longos anos. Quando ele fez anos, dois meses depois de nos teremos conhecido, demos o nosso primeiro abraço e fiquei radiante. Dei-lhe um kinder bueno, que ele tanto adorava e adora e um papel onde escrevi qualquer coisa. Quando
eu estava mal, ele apoiava-me e nunca me abandonou. Sabia que ele não tinha a
vida mais fácil, mas sempre lhe vi sorrindo e isso foi uma das várias coisas
que admirei nele. O seu sorriso e força. Um dia, em que a tal melhor amiga me
levou para a má vida, desmaiou na escola e foi levada para o hospital, passei a
manhã a chorar no pavilhão da escola, porque naquele dia, não tínhamos aulas e
ele não me abandonou. Secou-me as lágrimas, preocupou-se e naquele momento era
daquelas amizades que eu precisava.
Também
sofri, chorei e cortei-me por causa de um rapaz. Gostei dele durante uns onze
meses. Ele me magoou muito e ele sabia o que estava a fazer, ele sabia que
eu gostava muito dele e ele fez-me tudo o que fez. Houve uma altura, em que ele
sentia qualquer coisa por mim, mas passou da noite para o dia. Uma vez, deixei
que lhe pagassem para ele me dar um beijo na boca. E olho para trás e penso no
quão estúpida eu fui, mas já passou. Nessa altura, uma grande amiga minha
apaixonou-se por ele. Ela sabia que eu gostava tanto dele, mas ela se
aproximou-se tanto dele que começaram a namorar, mas essa história já esta
enterrada e bem lá no fundo.
Este ano,
perdi um tio, uma grande amiga da minha família da parte materna e o vizinho da
minha avó, mas dava-mo-nos bem. Este ano, pela primeira vez, soube o que era
perder alguém, consideremos, próximo. Apercebi-me da realidade. Que um dia
todos vão embora. Que um dia todos partem. Que um dia deixaremos de os ver. Que
um dia irei perder os meus pais e toda a minha família e eu não me consigo ver
sem eles, mas sei que um dia isso acabara por acontecer, mas por favor que esse
dia esteja longe e bem longe.
Comecei a
tomar comprimidos para o meu coração acalmar, após exames ao coração e
análises.
Também parti
um dedo. ahaha Parti o dedo mendigo da mão direita porque eu meti a mão à
frente para me proteger de um pontapé que um colega ia me dar na aula de
educação física.
Mas também
aconteceram-me coisas boas. Foi um mês a Inglaterra com o meu primo. Criei o
blogue. Conheci bons amigos. Fiz as passes com uns tantos. Mudei algumas
coisas. Acho que as coisas boas são mais difíceis de encontrar, mas
sei que aconteceram.
Só este ano tentei mudar tantas vezes,
mas nunca consegui. Tentei e tentei, mas sempre perdia-me entre as tristezas
que desenterrava do passado e ontem, li uma frase que era a seguinte "Tu
não podes ter um ano novo se não tiveres uma alma nova" Talvez por isso
que este ano não foi o meu ano. Preciso de uma alma nova. Preciso de esquecer
todas as más coisas que me aconteceram. Preciso energias boas à minha volta.
Preciso de um novo recomeço.
E para quem
leu isto até ao fim, um bom 2016. Cheio de amor, paz, alegrias, coisas boas,
saúde e também dinheiro!